19.05.2022
O Centro de Ciências Biológicas e da Saúde (CCBS) da Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM) realizou nesta terça-feira, 17 de maio, a abertura da sua Semana Acadêmica, evento que tem como objetivo proporcionar aos alunos a oportunidade de ter contato com diversas discussões, debates e pesquisas da área, além de palestras sobre mercado de trabalho. O evento foi realizado no campus Higienópolis.
No evento de abertura, foi realizada a palestra Desafios, avanços e limites no enfrentamento da violência sexual, que contou com apoio e participação da ONG Visão Mundial, que atua na prática de proteção a crianças e adolescentes. No encontro, foram apresentadas pesquisas e dados sobre a necessidade de se garantir segurança para pessoas em situação de vulnerabilidade.
De acordo com a pró-reitora de Graduação, professora Janette Brunstein, a Universidade é o melhor lugar para que ocorra esse tipo de debate, pois, além de promover base teórica, ela permite a transformação dos estudantes. “Aqui é onde a gente vai buscar todo o suporte acadêmico que vai preparar os profissionais que vão atuar nesse mercado e que podem fazer uma intervenção na sociedade, no sentido de promover melhoria da condição de vida e da proteção das crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade”, disse a professora.
Já o diretor do CCBS, Jan Carlo Delorenzi, destacou a importância da realização da Semana Acadêmica na formação dos estudantes. “O nosso foco é o aluno, é preparado para o que eles precisam e que possam se preparar para o mercado de trabalho. Precisamos projetar qual o profissional que teremos daqui quatro ou cinco anos”, afirmou.
O presidente da Visão Mundial, Ismael Rocha, celebrou a parceria com a UPM e disse que este tipo de vínculo ajuda na transformação do mundo. “Queremos construir um mundo mais empático, um mundo que seja melhor do que foi hoje. Queremos ampliar essa parceria para que tenhamos resultados mais efetivos para conseguirmos construir um país mais justo”, declarou.
A coordenadora de extensão do CCBS, uma das organizadoras do evento, professora Camila Rodrigues, aponta que a programação do evento foi construída de forma a integrar todos os cursos da unidade acadêmica em torno do tema do atendimento a pessoas em situação de vulnerabilidade.
“É um tema que a gente já vem trabalhando em diferentes cursos. Pensamos em integrar todos os cursos do CCBS e apresentar uma ata do nosso país de vulnerabilidade e, assim, convidar todos cursos a participarem também com ações extensionistas de pesquisa, envolvendo os alunos na participação dessa temática, visando uma transformação social para essa população”, apontou.
O evento ainda contou com a participação do pró-reitor de Extensão e Cultura, Cleverson Pereira de Almeida.
Debate
A palestra contou com a apresentação de uma pesquisa feita pela especialista de Proteção à criança da Visão Mundial, Marcia Monte. O estudo foi feito com uma metodologia diferenciada, em que se valoriza a escuta da criança e que se percebeu que houve um avanço no sistema de proteção e seguridade aos menores de idade.
“Não é aquela metodologia convencional de entrevista, a gente faz a oficina socioeducativa e a partir disso, escuta as crianças. Essa pesquisa é uma análise do sistema de garantia de direitos da rede de proteção, considerando as vozes dessas crianças, as vozes dos comunitários, dos pais e também as vozes dos operadores desse sistema, tudo a partir da percepção que eles têm, principalmente das crianças”, explicou a especialista.
Outro palestrante foi o professor de Psicologia da UPM, Marcelo Moreira Neumann, que apresentou avanços na legislação de proteção à crianças e pessoas em situação de vulnerabilidade e ainda evidenciou as iniciativas do CCBS que buscam estudar e acolher essa população. De acordo com o professor, houve uma piora nos índices de casos de violência, por conta da pandemia de covid-19.
“Do ponto de vista da saúde mental, principalmente de crianças e adolescentes, realmente foi muito grande, então temos que trabalhar com essa fragilidade, dar um acompanhamento, oferecer canais de diálogo com essa população é fundamental para trabalhar a saúde mental”, afirmou.