17.04.2024 - EM
Profissionais do Hospital Universitário Evangélico Mackenzie (HUEM) participaram do Simpósio Internacional de Transplantes, realizado nos dias 12 e 13 de abril no Setor de Ciências da Saúde da Universidade Federal do Paraná (UFPR), em Curitiba. O objetivo do evento foi promover debates relevantes para contribuir com o avanço científico e tecnológico em relação a transplantes.
Estiveram presentes transplantadores das mais renomadas instituições nacionais e internacionais, como o médico brasileiro Leonardo Riella, que ganhou notoriedade no mês de março ao realizar o primeiro transplante de rim de porco, geneticamente modificado, para um paciente humano vivo.
O nome técnico para a cirurgia de transplante de tecidos ou órgãos de uma espécie para outra é xenotransplante. O feito é considerado um marco na medicina, que deve revolucionar os transplantes de órgãos.
A nefrologista Carolina Pozzi, responsável técnica pelo serviço de transplantes de rim do HUEM, esteve presente no evento e comentou a novidade.
“É um feito histórico, cujo impacto nós veremos ao longo dos próximos anos. Os pacientes renais crônicos terão acesso a um transplante renal sem uma espera tão longa como hoje em dia”, destaca a médica.
Segundo a Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO), são 32.862 pessoas aguardando em lista para transplante renal, dos quais 1.710 no Paraná.
“Infelizmente a mortalidade em lista é alta, em nosso estado chega a 13% em um ano de espera. O xenotransplante é uma esperança para nossos pacientes que aguardam em lista”, salienta Dra. Carolina Pozzi.
Serviço pioneiro
Diretor de transplante do Hospital Geral de Massachusetts e professor de Medicina em Harvard, Leonardo Riella é filho do professor emérito da Faculdade Evangélica Mackenzie do Paraná (FEMPAR), Dr. Miguel Riella, responsável por implantar o serviço de Nefrologia no HUEM, na metade da década de 70.
Miguel Riella realizou o primeiro transplante de rim da instituição, dando início à trajetória do HUEM na área de transplantes. Na instituição, ele iniciou um programa de hemodiálise aguda e crônica; um programa de diálise peritoneal domiciliar pioneiro no Brasil, e o programa de transplante renal, no qual mais de 1.000 transplantes já foram realizados.
No Simpósio Internacional, Miguel Riella participou como mediador em uma mesa redonda com o tema “novas fronteiras nos transplantes”.
Outro profissional do Hospital Mackenzie que participou de mesa redonda no Simpósio foi o coordenador do serviço de transplante hepático, Dr. Nertan Luiz Tefilli. Ele fez parte da discussão sobre o panorama dos transplantes de fígado no estado do Paraná.
Ala específica
O Hospital Mackenzie conta com uma unidade específica para pacientes transplantados, que inclui leitos exclusivos e equipamentos de ponta para atender a complexidade que os pacientes demandam. O serviço também dispõe de ambulatório para acompanhamento pré e pós transplante.
Atualmente são realizados no HUEM transplantes de fígado, rim e córnea, contudo já estão sendo viabilizadas outras modalidades de transplantes que em breve serão executadas na instituição.