Diante do crescente debate sobre os serviços de transporte por motocicletas via aplicativos, os chamados MotoApps, o Instituto Millenium e o Instituto Livre Mercado promoveram recentemente uma reunião para discutir o futuro dessa modalidade na cidade de São Paulo. O evento reuniu especialistas e contou com a participação de Vladimir Fernandes Maciel, coordenador do Centro Mackenzie de Liberdade Econômica e especialista em economia urbana e mobilidade.
Durante a reunião, foram apresentados dados de uma pesquisa da DataFolha que destacam o perfil dos usuários e a percepção pública sobre os MotoApps. De acordo com os entrevistados, 53% dos usuários são mulheres e 47% homens, com uma utilização um pouco maior entre os mais jovens, variando entre 6% e 7%. Além disso, 62% dos moradores da cidade afirmaram que utilizam ou gostariam de experimentar o serviço.
A agilidade e a praticidade dos MotoApps foram pontos ressaltados pelos participantes. Um expressivo percentual de 94% dos entrevistados afirmou que as viagens por motocicleta apresentam menor tempo de deslocamento, e 88% consideram o serviço ideal para percursos curtos. Ademais, 85% concordam que os MotoApps são uma boa alternativa diante da falta de transporte público.
A questão da regulamentação também foi amplamente debatida. Cerca de 84% dos entrevistados são a favor de uma regulamentação com regras definidas pelo poder público, visando garantir a segurança e a qualidade do serviço. Nesse contexto, destacou-se a importância de um marco regulatório que equilibre a inovação tecnológica com a segurança dos usuários.
Outro dado relevante apresentado foi que 95% dos entrevistados concordam que o serviço ajuda muitas pessoas a complementar a renda, evidenciando o impacto socioeconômico dos MotoApps.
A reunião ocorreu em um momento oportuno, uma vez que a Prefeitura de São Paulo, em janeiro deste ano, determinou a suspensão da atividade de transporte de passageiros por motocicletas via aplicativos na capital. Entretanto, a Procuradoria-Geral de Justiça de São Paulo emitiu recentemente um parecer contrário a esse decreto, argumentando que a medida fere a liberdade econômica e a livre concorrência, além de invadir a competência legislativa da União.
O debate sobre os MotoApps em São Paulo continua acirrado, abrangendo temas como mobilidade urbana, segurança, economia e inovação. A expectativa é que, por meio de estudos e discussões promovidos por instituições como o Instituto Millenium e o Instituto Livre Mercado, seja possível encontrar uma solução equilibrada que concilie os interesses de todas as partes envolvidas.