O mundo está em busca de empreendedores, especialmente daqueles que pensam grande, que inovam, que aceitam o risco de investir, de crescer, de gerar empregos.
A boa notícia é que, de acordo com recente pesquisa da Endeavor, 75% dos jovens universitários brasileiros consideram a possibilidade de empreender por conta própria.
De fato, a educação empreendedora tem se expandido no Brasil. Muitas universidades criaram programas de empreendedorismo e inovação, com vistas ao desenvolvimento do protagonismo e da capacidade dos alunos de planejar e implementar projetos e negócios de impacto econômico e social.
O ecossistema de empreendedorismo brasileiro já se consolida, contando com inúmeras startups inovadoras, além de aceleradoras e incubadoras de empresas, provedores de serviços, mentores e investidores. Crescem e prosperam importantes habitats de Inovação nas grandes metrópoles. Em São Paulo, que está entre os dez maiores ecossistemas de empreendedorismo do mundo, pode-se citar o Inovabra, Cubo, Wework, Wayra, Google Campus, mais de uma centena de espaços de co-working, onde ocorrem eventos diários e alta densidade de conexão nas redes. Não faltam recursos e apoio para empreendedores que conjugam bom time e projetos com potencial de escalabilidade.
Apesar do crescimento da cultura empreendedora e da intenção de empreender, ainda temos que avançar mais. Sabemos que boa parte das ideias e iniciativas que nascem nas cadeiras das universidades ou nos cafés das grandes metrópoles se perdem e não seguem adiante. Nossa taxa de conversão de empreendedores iniciantes (jovens que iniciam a jornada empreendedora) em empreendedores de sucesso está aquém do desejável.
As justificativas são muitas: a complexidade do sistema tributário, a carga de impostos, os juros elevados, a exposição a riscos trabalhistas, os inúmeros entraves burocráticos, as exigências de atender às regulações, a logística cara, a instabilidade econômica do país. Para superar esses obstáculos, o empreendedor brasileiro precisa de apoio e capacitação. Muitas importantes universidades brasileiras estabeleceram a formação empreendedora como prioritária, criando programas e projetos pedagógicos que favorecem o desenvolvimento de soft skills e o protagonismo estudantil, além das competências técnicas da profissão.
E o que mais pode ser feito? O Estado brasileiro tem apoiado o empreendedorismo? A maioria das pessoas acredita que não. Elas creem que o ambiente institucional brasileiro é adverso, pelas razões acima expostas. Mas devemos reconhecer que alguns avanços foram conquistados nos últimos anos, como medidas de simplificação para abertura de empresas, a implantação do Simples Nacional, a reforma trabalhista, alguns novos marcos regulatórios para investimentos de risco e, mais recentemente, a publicação da MP da Liberdade Econômica. Sim, falta muita coisa, mas há uma perspectiva positiva que seguiremos avançando com um modelo econômico mais liberal.
Há motivos para certo otimismo. Já temos um ecossistema efervescente e cada vez mais jovens preparados para transformar e criar negócios inovadores e de alto potencial de crescimento. Já temos vários “cases” de startups brasileiras que atingiram valor de mercado de R$ 1 bilhão, os chamados unicórnios. Outras tantas empresas caminham nessa direção.
Por fim, essa geração de jovens que sonham com um futuro diferente, que procuram mais que um emprego público, que têm o mindset empreendedor são a nossa “joia da coroa”. Devemos incentivá-los, pois certamente poderão contribuir para a construção de um país mais próspero economicamente e justo socialmente. Viva o empreendedor!