Chegou ao fim a carreira de Daniel Dias nas piscinas, o nadador patrocinado pelo Instituto Presbiteriano Mackenzie (IPM) anunciou sua aposentadoria das competições após as disputas em agosto e setembro. O atleta fez suas últimas provas nos Jogos Paralímpicos 2020, disputados em 2021, que terminou no último domingo, 05 de setembro. Em Tóquio, o mackenzista conquistou três medalhas de bronze.
As conquistas de Daniel Dias vieram nas provas de 100m e 200m livre e no revezamento misto 4x50m livre. Uma reclassificação funcional na categoria disputada pelo nadador atrapalhou a conquista de novas medalhas. Além das provas em que subiu ao pódio, Dias ainda disputou os 50m borboleta (6º lugar), os 50m costas (5ª colocação) e nos 50m livre (4º lugar).
Após os 50m livre, justamente sua última prova como atleta profissional, Daniel Dias não segurou a emoção e foi às lágrimas no Complexo Aquático de Tóquio. “Essas lágrimas não são de tristeza, são de alegria. Foi uma vida dedicada à natação e cada braçada dada foi para os meus filhos, minha família. Agradeço a Deus pelo dom que me deu. Foi uma história infinitamente mais linda do que imaginei, se fosse eu a escrevê-la, não seria tão perfeito”, declarou.
Sobre a aposentadoria e a participação em Tóquio, Dias disse que conseguiu resgatar a alegria de nadar e disse que sentirá saudades de poder competir.
“Foi um momento muito tenso, eu pensei que seria mais fácil, mas realmente não foi. Teve choro, teve sorriso, mas eu estou em paz com a decisão da aposentadoria. A missão no Japão foi melhor do que o esperado com uma preparação de grandes desafios”, afirmou.
O feito de Daniel Dias rendeu a ele a honra de ser o porta-bandeiras na cerimônia de encerramento dos Jogos Paralímpicos. Ao todo, o nadador conquistou 27 medalhas paralímpicas, sendo 14 medalhas de ouro, sete de prata e seis bronzes. Isso sem contar outras medalhas e prêmios de outras competições das quais participou ao longo da frutífera carreira de atleta.
Com a aposentadoria, Daniel Dias pretende cuidar do instituto que carrega seu nome, fundado em 2014, e que busca contribuir com o fomento do esporte brasileiro. “O esporte fez diferença na minha vida e eu quero que faça na vida de muitas crianças. Quero usar o esporte como uma ferramenta de inclusão”, ressaltou o atleta que também fará parte da Academia Laureus, do Conselho Nacional de Atletas, da Assembleia Geral do Comitê Paralímpico Brasileiro e, ainda, a depender do resultado da eleição no final desta semana, do Conselho de Atletas do Comitê Paralímpico Internacional.