A cada 20 minutos tudo pode mudar. Ripa na chulipa e pimba na gorduchinha. A rádio que toca notícia. Para ouvir estes bordões, basta colar o ouvido num radinho de pilha, no carro e até mesmo no celular. Nesta quinta-feira, 13 de fevereiro é comemorado o Dia Mundial do Rádio, em homenagem pela primeira transmissão da Rádio Nações Unidas, em 1946. Desde sua invenção, no século XVIII, este meio de comunicação tem passado por diversas transformações e se adaptado aos modos de vida de cada época.
Considerado o primeiro meio de comunicação de massa, o rádio é uma das formas mais rápidas e ágeis de transmitir notícias, músicas, conhecimentos, cultura e história. Para comemorar esta data, sintoniza nesta conversa que tivemos a professora do curso de Jornalismo da Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM), Lenize Villaça, que nos contou mais sobre esse fenômeno.
O Rádio foi criado pelo inventor e cientista, Guglielmo Marconi, com o objetivo de substituir o telégrafo elétrico. A Primeira Guerra Mundial foi uma espécie de vitrine para o veículo, que despertou o interesse de governos pela possibilidade da comunicação rápida. Com o final da guerra, o número de aparelhos cresceu nos Estados Unidos e na Europa.
Em setembro de 1922, em comemoração ao centenário da independência do Brasil, o rádio chegou ao país com a transmissão do pronunciamento do presidente da época, Epitácio Pessoa. Pai da radiodifusão brasileira, Edgard Roquette Pinto foi um dos responsáveis pela fundação da primeira emissora, a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro. Por muito tempo, o rádio foi um dos principais meios de informação, sobretudo nos deslocamentos de carro e no trânsito das grandes cidades, mas com o avanço da tecnologia, se adaptou ao novo cenário com um novo formato: o podcast.
“O podcast expressa o total poder de escolha do cidadão em uma sociedade digital contemporânea como a que estamos vivendo, principalmente pelo fato de tirar dos grandes grupos midiáticos a supremacia da pauta”, declara Lenize.
A professora também aponta a pluralidade de temas abordados como a chance do público de aprofundamento nos mais variados assuntos como esporte, política, questões sociais, gastronomia e universo geek.
O Brasil assumiu a segunda posição entre os países que mais consomem esse novo formato, com crescimento mensal de 21% desde o início de 2018, de acordo com a plataforma de streaming Spotify.
A professora diz que “a junção da vida corrida das pessoas e a aquisição de smartphones fizeram com que conteúdos em áudio fossem cada vez mais consumidos para entreter ou informar”, o que reforça a teoria sobre a tecnologia conduzir uma nova vertente do rádio. Porém, ainda de acordo com Lenize, a fidelização com o podcast é muito particular, varia de pessoa para pessoa e depende muito da identificação e interesse de cada um.
Com o novo formato, comparações entre rádio e podcast surgiram, e para a professora as emissoras estão se adequando a nova possibilidade de escolha dos ouvintes, disponibilizando programas já transmitidos para serem escutados a qualquer momento. “O rádio do futuro continuará a ter ouvintes em tempo real ou por demanda. Vejo o rádio se reinventando mais uma vez”, conclui.