A Faculdade Presbiteriana Mackenzie Brasília (FPMB) sediu na última terça-feira,19 de setembro, o Fórum Radar, seminário que serviu para apresentar o concurso Radar ABC, que busca autores, estudantes, professores e demais estudiosos interessados em ampliar a compreensão das relações entre a fé, as ciências e a filosofia, uma iniciativa da Academia Brasileira de Cientistas Cristãos (ABC²).
A apresentação ficou por conta de Roberto Covolan, que acredita que nunca foi tão importante incentivar uma análise sobre o cristianismo e sua relação com o saber empírico para desmistificar antigos preconceitos predominantes no ambiente universitário.
“Existe uma visão errônea de que ciência e religião sempre estiveram em litígio. Historicamente, a ciência moderna nasceu em meio à cosmovisão cristã e deve a esta grande parte de sua evolução. Elas caminharam juntas por séculos e, somente agora, criou-se essa divisão a partir de uma imposição sociológica”, afirmou o presidente acadêmico da ABC².
Referenciando o reverenciado Jonathan Sacks, rabino já falecido e que se tornou conhecido mundialmente pelo seu compromisso com a ética e a espiritualidade judaica numa convivência inter-religiosa pacífica, Covolan repetiu famosa frase do teólogo:
“A ciência separa as coisas em partes para ver como elas funcionam e a religião coloca as coisas juntas para ver o que elas significam”. Ele completa dizendo que “o saber acadêmico é um dos aspectos mais importantes da atualidade e, por isso, nossa missão é trabalhar pelo diálogo”.
Na roda de conversa realizada na FPMB, também estiveram presentes o atual presidente da ABC², Guilherme de Carvalho, e ainda o reverendo e professor da FPMB, Junio Cezar.
A FPBM busca, dessa forma, exercer sua missão, não apenas como uma instituição confessional, mas também como um terreno fértil para o conhecimento e o debate saudável no ambiente acadêmico ao realizar um evento que busca alinhar as atualidades dos estudos científicos às reflexões cristãs para a compreensão da vida moderna.
O projeto
Para participar do concurso, os estudos e ensaios devem necessariamente abordar um tema relacionado à tecnologia e, como parte da tese, os participantes podem escolher entre várias ideias que exploram a interseção entre fé e cultura.
"Essa estrutura abrange uma ampla gama de tópicos, desde assuntos mais amplos até pesquisas mais específicas e concretas. No campo da cultura, por exemplo, é possível explorar várias abordagens, como a cultura científica ou a cultura filosófica", comentou Marcelo Cabral, teólogo, filósofo e economista que faz parte da organização do concurso.
Atualmente, a academia possui 13 grupos temáticos que se dedicam a produzir conteúdo nesse sentido. Uma tendência recente observada, conforme mencionado por Covolan, é o crescente interesse por tópicos relacionados à Inteligência Artificial (IA).
O principal objetivo do concurso é incentivar a produção de pesquisas e publicações nacionais que enriqueçam as comunidades intelectuais. Além disso, busca-se facilitar o acesso do público em geral ao conhecimento científico, uma vez que o material produzido não se restringe a uma linguagem acadêmica excludente.
Aos candidatos, cabe o acompanhamento das novas chamadas que acontecerão durante o projeto no site radar.cristaosnaciencia.org.br, no Instagram (@academia_abc2) e no Twitter (@Academia_ABC2). As dúvidas podem ser tiradas pelo telefone (31) 3789-0990 e pelo e-mail radar@cristaisnaciencia.org.br.