Com o objetivo de proporcionar uma melhor qualidade de vida com a erradicação dos males causados pelo uso de cigarro, o Hospital Universitário Evangélico Mackenzie (HUEM) voltou a realizar o programa auxiliar pessoas que desejam parar de fumar. Criado em 2017, o grupo de apoio para tabagistas que desejam abandonar o vício ficou paralisado durante a pandemia e agora retorna seu atendimento, oferecendo informações e a oportunidade de um tratamento humanizado e gratuito, que utiliza medicação e acompanhamento psicológico. O programa é aberto para toda a comunidade.
A psicóloga do HUEM, Sílvia Cristina de Castro, explica que o hábito de fumar alia questões fisiológicas com aspectos comportamentais. De acordo com ela, existem três tipos de dependência do cigarro: física, psicológica e comportamental. O grupo trabalha o entendimento de qual é a dependência de cada um dos participantes e as melhores estratégias para combatê-las.
“Não adianta somente fazer o uso dos medicamentos, é fundamental participar das reuniões. Nós trabalhamos bastante as questões psicológicas e comportamentais. As vezes a nicotina já saiu do organismo da pessoa, mas ela ainda apresenta dependência de caráter comportamental”, diz Sílvia.
Imprescindível
A colaboradora Rosângela da Silva começou a fumar aos 30 anos e fumou por mais de duas décadas. Há quatro anos ela conseguiu parar graças ao trabalho do grupo de apoio do HUEM. “Eu queria largar o cigarro mas não conseguia. Participar do grupo de apoio no hospital foi imprescindível para dar início ao processo”, lembra.
Ela conta que o primeiro mês é o mais difícil e conforme o tratamento em grupo avança, a vontade de fumar vai ficando cada vez menor. “Um ano depois eu estava totalmente livre do vício e refletia como pude fumar por tanto tempo”, destaca.
No primeiro mês do tratamento, as sessões são semanais para reforçar a interação de grupo e a importância de parar de fumar. Nos três meses seguintes os encontros passam a ser quinzenais e em seguida por oito meses acontecem encontros mensais.
Além da nicotina que causa a dependência, o fumante tem contato com cerca de sete mil substâncias que causam mal ao organismo e podem levar a quadros de infarto, acidente vascular cerebral e câncer.
Segundo a clínica geral, Elaine de Freitas, responsável pelo programa no HUEM, 20 minutos depois que a pessoa fumou o último cigarro a frequência cardíaca tende a normalizar e doze horas sem fumar o monóxido de carbono já volta aos níveis normais.
“Se a pessoa ficar sem fumar de 2 a 9 semanas a circulação e a função pulmonar tendem a melhorar. Nove meses sem fumar, a pessoa não sente mais falta de ar e tem menos tosse, e entre 5 a 15 anos sem cigarros, o risco de um AVC é igual ao de uma pessoa que nunca fumou”, esclarece a médica.
Serviço
As inscrições estão abertas, basta a pessoa interessada ligar para o (41) 3240-5000, entre às 13h e 14h, e pedir pelo setor de Psicologia, ou pelo (41) 3240-5112, para efetivar o pré-cadastro.
O programa é voltado para todo fumante que deseja parar de fumar, seja colaborador, familiar, paciente ou comunidade em geral.
“A medicação não faz milagre, primeiro de tudo é necessário o comprometimento do participante, a força de vontade. O grupo tem muitas ferramentas para auxiliar mas o sucesso do tratamento depende de cada um”, ressalta Dra. Elaine.