Atletas, entusiastas da natação e estudantes do Colégio Presbiteriano Mackenzie (CPM) Brasília se juntaram à comunidade do Distrito Federal (DF) para “atravessarem o Canal da Mancha”. O Desafio Canal da Mancha - Nadando e correndo para o bem, considerado audacioso, terá 20 dias de prova e 21 treinos para os competidores concluírem o objetivo: expor os participantes à vivência parcial da façanha, promovendo o rompimento de limites individuais no lido com um dos principais obstáculos imposto pela travessia, a distância.
Em média, pessoas preparadas para percorrer o intervalo, que liga a Grã-Bretanha ao norte da França, levam de 13 a 15 horas para completá-lo, com cerca de 42 mil braçadas. Na capital federal, os competidores terão até o dia 19 deste mês para atingir a meta. Ao lado de familiares, amigos e outros interessados na aventura, os participantes nadarão os 34 quilômetros do percurso em piscinas.
Os alunos têm algumas ajudas fora da água também para concluir percurso. A primeira é direta: se conseguirem bons resultados nos exames aplicados em sala de aula (notas acima de 9), ganharão 500 metros a mais - que podem ser acumulados na ocasião de o desempenho ser alcançado em mais certames. A segunda é indireta, uma forma de incentivo, no qual todos os inscritos podem cadastrar pais, responsáveis e colegas para participar da disputa por terra, seja correndo ou caminhando. Já a terceira é um misto, que podem receber de presente metros ou quilômetros extras completados por participantes que já estejam além dos 34 km e querem ser solidários com os colegas.
“A participação tem sido bastante ativa, recebo vários prints, diariamente, com os percursos nadados, corridos ou caminhados. Eles estão muito empenhados em chegar ao fim. Somando tudo, já temos, em terra e na água, mais de 1.200 km atravessados”, disse o professor e treinador de natação, Renato Dourado, idealizador do Desafio Canal da Mancha - Nadando e correndo para o bem.
A vontade de concluir o Desafio tem motivos divertidos e solidários para os mackenzistas. O professor Dourado prometeu colorir o cabelo por uma semana e posteriormente permitir que os alunos do Colégio o raspem. “Isso somente se todos os inscritos concluírem o desafio. É uma forma de estimular a garotada, e tem funcionado, afinal, foram os estudantes que escolheram esse prêmio”, acrescentou.
Além disso, para entrar na travessia, os participantes “pagaram” um pacote de fraldas geriátricas. O material arrecadado será doado para uma instituição que acolhe pessoas com deficiência. “Esse projeto tem um outro objetivo como pano de fundo, que é aproximar os estudantes, principalmente, de uma realidade diferente. Essas fraldas serão doadas diretamente por eles para que possam conhecer as pessoas da instituição e trocar experiências”, completou o treinador.
Entre os inscritos, estão 46 competidores do Mackenzie, diversos nadadores de outras escolas e mais de 20 pais e responsáveis cadastrados para terminar o caminho correndo ou andando. Para os mackenzistas, houve a possibilidade de participar individualmente ou em dupla, no caso daqueles que estão na pré-equipe de natação do Colégio.
O destaque individual até então estava com Humberto Kenzo do 6º ano, que havia nadado 30,2 km. Entre as duplas, Bernardo Contente e Lahaina Barreto, do 7º ano, estavam na frente com 26,3 km atingidos. Considerando alunos do CPM que já nadaram pela escola e hoje treinam em outros clubes, Miguel Diniz, aluno de 14 anos do 9º ano, já tinha chegado aos 50 km.