Saúde e Bem-Estar

Outubro Rosa: conscientização e cuidado devem ser contínuos

Entrevista com médicos do Mackenzie apontam formas de diagnóstico e tratamento 

06.10.202216h59 Comunicação - Marketing Mackenzie

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Outubro Rosa: conscientização e cuidado devem ser contínuos

O Mês de prevenção e combate ao câncer de mama chegou, e com ele vem a oportunidade de mobilizar ainda mais a família mackenzista e a comunidade sobre a temática. A campanha Outubro Rosa é uma oportunidade de impactar as pessoas sobre a importância do diagnóstico precoce e da prevenção do câncer de mama.  

O câncer de mama responde por cerca de 25% dos novos casos de cânceres no mundo, a cada ano. No Brasil, o percentual é mais elevado, chegando a 28,1%. Estima-se que em torno de 60 mil novos casos de câncer de mama sejam diagnosticados por ano. 

Segundo o coordenador de Qualidade de Vida e Saúde (QVS) do Instituto Presbiteriano Mackenzie (IPM), Dr. Aldemir Natucci Rizzo, cerca de 30% dos casos podem ser evitados com adoção de hábitos saudáveis como amamentação, alimentação balanceada, prática de atividades físicas, evitar o fumo, álcool, e manter o peso corporal adequado. 

O fator com maior risco é a idade, sendo que quatro em cada cinco casos de câncer de mama ocorrem em mulheres após os 50 anos. Entretanto, a doença pode se manifestar por diversas causas, tais como: obesidade, tabagismo, histórico familiar, uso de contraceptivos hormonais, fatores comportamentais, ambientais etc. “Cabe lembrar que a mulher com mais fatores genéticos e hereditários possui risco elevado para desenvolver o câncer de mama”, frisa Rizzo. 

Os principais sinais e sintomas da doença ocorrem nas próprias glândulas mamárias, por isso as mulheres devem estar atentas a caroços fixos, endurecidos e, geralmente, indolores; pele avermelhada, retraída ou parecida com casca de laranja; alterações no mamilo; pequenos nódulos nas axilas ou pescoço; e saída espontânea de líquido nos mamilos. 

“É importante que as mulheres sempre realizem o autoexame, além de visitar seu médico ginecologista uma vez ao ano, para consulta e exames de rotina. Caso estejam na faixa de 50 e 70 anos, o ideal é realizar, ao menos a cada dois anos, a mamografia de rastreamento, mesmo sem sintomas. Quanto mais cedo for realizado o diagnóstico, a taxa de mortalidade será menor”, explica o coordenador. 

Quando diagnosticado o câncer de mama, existe uma gama variada de tratamentos, que podem ser locais, por meio de cirurgia, radioterapia e reconstrução da mamária; ou sistêmicos, como quimioterapia, hormonioterapia e terapia biológica. Já os cuidados paliativos envolvem o alívio para a dor e sintomas estressantes; reafirmação do ciclo da vida como um processo natural; e a integração dos aspectos sociais/psicológicos/espirituais ao aspecto clínico. 

Mais informações 

Para esclarecer mais algumas questões a respeito do tema, entrevistamos também o especialista em Oncologia Ginecológica e Mastologia do Hospital Universitário Evangélico Mackenzie (HUEM), Dr. Jean Alexandre Furtado Correa Francisco, que tirou dúvidas sobre a campanha e falou da atuação do HUEM: 
 

Mackenzie: Dr. Quando é recomendável a uma mulher que procure ajuda médica dentro desta temática? 
Dr. Jean: A qualquer momento que ela tenha um nódulo palpável, é recomendável que ela procure um serviço de saúde para ser investigada. No Brasil, estatisticamente, o câncer de mama acomete mais mulheres acima dos 50 anos, no entanto, é preciso destacar que são constatados diversos casos de mulheres na faixa entre 20, 30 e 40 anos que são diagnosticadas. Para as mulheres mais jovens, a mamografia não é o exame mais indicado para identificar este tipo de câncer por conta da densidade da mama nesta faixa etária, sendo o exame baseado nas lesões palpáveis o mais comum. 

Mackenzie: Qual é o grande obstáculo para a prevenção ao câncer de mama? 
Dr. Jean: A grande dificuldade é que não existe a chamada prevenção primária ao câncer de mama. Uma vez que você tenha esta predisposição, seja por fatores hereditários, seja por fatores ambientais, recomenda-se o autoexame rotineiro, bem como consultas anuais ao ginecologista, que podem solicitar exames clínicos e de imagem. 

Mackenzie: De que forma o HUEM atua no acolhimento das mulheres com tal diagnóstico?  
Dr. Jean:
 Em relação aos serviços do Brasil que prestam assistência pelo Sistema Único de Saúde (SUS), temos um serviço específico de triagem, ambulatório e mastologia. Além disso, somos referência em radiologia e patologia, que são fundamentais para o diagnóstico das pacientes. Também temos cumprido a rigor a Lei de 60 dias entre o diagnóstico e o início do tratamento. Acho que isso tem feito a diferença na maneira como acolhemos nossas pacientes. 

Mackenzie: O câncer de mama é uma doença que ocorre apenas em mulheres?
Dr. Jean:
 Não, pode ocorrer também em homens, mas a incidência é muito pequena. Algo em torno de 1% dos cânceres são de mama nesse público. No homem o diagnóstico é mais fácil justamente por ele ter uma atrofia da glândula mamaria, o que torna facilmente perceptível qualquer alteração na área. E a procedência do diagnóstico é a mesma da mulher, envolvendo ultrassom, mamografia, ressonância e eventualmente biopsia da lesão. 

Mackenzie: Como conscientizar as pessoas do cuidado com a saúde?
Dr. Jean:
 Em geral, as mulheres têm mais cuidado com seu corpo, por isso acabam fazendo exames de rotina com seus médicos. O homem, até por uma questão cultural, dificilmente faz exames de rotina. De qualquer maneira, para todas as pessoas, a melhor forma de conscientização é por meio da informação, divulgação de sinais e sintomas. Não pode haver vergonha em procurar o médico em caso de qualquer anormalidade e é importante um acompanhamento contínuo para todos.