Você sabe o que é a filatelia? Os filatelistas estudam e colecionam artigos postais, em especial os selos. O termo surgiu a partir da junção de duas palavras gregas: phílos (amigo, amador) e atelês (franco, livre de qualquer encargo ou imposto).
O primeiro selo do mundo foi criado na Inglaterra, em maio de 1840. Até então, o pagamento do envio de cartas era de responsabilidade do destinatário. Conhecido como Penny Black, a figura estampava o rosto da rainha Vitória, do Reino Unido e da Irlanda, de 1837 a 1901, e imperatriz da Índia de 1876 a 1901.
Após uma visita ao país, Dom Pedro II decidiu trazer o modelo de correspondências ao Brasil. Logo, em 1843, o primeiro selo do país chamado "Olho-de-boi" foi lançado. O sistema brasileiro foi o segundo no mundo, e hoje é presença importante no mundo da filatelia.
Até 1889, todos os selos em terras brasileiras eram do Império. No entanto, com a independência do país e com os avanços tecnológicos, novos modelos foram escolhidos para estamparem as correspondências em solo nacional.
Ao longo da história, os brasileiros também conquistaram outros recordes com seus selos: o país teve o primeiro selo do mundo com legendas em braille, emitido em 1974, e o segundo selo do mundo com a impressão holográfica, em 1989.
Uma história de amor
"Tudo que é da minha vida, eu tenho ilustrado por selos", afirma Maurício Melo Meneses, membro do Conselho Deliberativo do Instituto Presbiteriano Mackenzie (IPM) e filatelista. Embora tenha sido seu jeito de se despedir, a frase resume sua atuação na cena de filatelia: com mais de 50 anos de coleção e diversos artigos publicados, o especialista conta um pouco mais sobre um dos hobbys mais importantes para a história do Brasil.
Segundo Meneses, sua coleção começou aos 14 anos, quando um colega lhe presenteou um selo americano. A figura estampava um clássico do imaginário estadunidense, com a cena do primeiro homem à pisar na lua. Desde então, passou a colecionar e estudar selos, se tornando uma das figuras mais importantes da filatelia no Brasil. “Eu fiz a coleção completa do Brasil com 6 mil selos, desde o "olho-de-boi" até os dias de hoje", ressalta o colecionador.
Ele conta que costuma montar coleções e painéis temáticos sobre diversos acontecimentos históricos. "Eu comecei com os que contam histórias, como a história da Reforma Protestante, do Exército Brasileiro, da Aeronáutica, da educação brasileira e sobre a história do José Bonifácio, da escravatura e abolição no Brasil. São muitos painéis que retratam a história do país", disse.
Em 2015, quando Meneses era presidente do IPM, ele fez uma apresentação que mostrava uma coleção de selos comemorativos do marechal Cândido Mariano da Silva Rondon, conhecido como Marechal Rondon. Em 2022, lançou o livro "Rondon, o Marechal da Paz - a vida de um herói nacional contada por meio da filatelia”.
Também organizado por Meneses, o Projeto Escola - série de palestras em diversas instituições que premiavam alunos com um exemplar do livro, acabou sendo um dos temas da Redação do Enem de 2022. Hoje, um dos seus planos é ampliar o interesse entre os alunos e criar clubes de filatelia em diversas unidades Mackenzie.