Com o auditório cheio, as turmas dos 8º anos do Colégio Presbiteriano Mackenzie Brasília se revezaram para apresentar, nas manhãs da última semana, entre os dias 7 e 11 de novembro, os seminários do Projeto das Multinacionais, intitulado como Global Corporations. A atividade é multidisciplinar e demanda que diversificados requisitos sejam cumpridos para a obtenção de uma performance satisfatória.
Com o objetivo de preparar os jovens para um mercado de trabalho cada vez mais complexo, o trabalho foi elaborado pelos professores Allysson Cézar e Débora Lemos, responsáveis pelas aulas de Geografia e Matemática, respectivamente. O princípio dos seminários, tanto o conteúdo base quanto a forma como ele é apresentado, busca incentivar a utilização das capacidades individuais para a melhor composição do resultado coletivo.
“Quanto mais versáteis e preparados para lidar com as adversidades, os futuros trabalhadores se destacarão conforme a inteligência que possuem para colocar em prática conhecimentos variados e complementares em suas profissões”, explicou Cézar.
É pedido aos discentes que pesquisem a origem, trajetória, conceitos, valores e conquistas de empresas que ostentam um alcance global. Faz-se necessário entender o que acontece nos bastidores e como o público vê a marca. “Primeiro se surpreendem para depois nos surpreender”, disse ele.
Na avaliação dos professores, precisam ser contemplados requisitos de todas as matérias para as quais a pontuação valerá conforme exigências da Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Em Matemática, por exemplo, os estudantes analisam os números das corporações e tem de traduzir esses dados para expor ao público em infográficos com dados e curiosidades do tema estudado.
Além disso, é fundamental a participação de pelo menos 300 pessoas para a construção da percepção que os consumidores têm das marcas. O que, de acordo com Lemos, “requer o empenho dos adolescentes na compreensão real do que é o empreendedorismo a partir da análise das principais estatísticas e probabilidades do desempenho dessas mesmas empresas nos mercados nacional e internacional”, comentou ela.
O trabalho por trás dos resultados
O workshop é apenas a conclusão de todo um programa que vem acontecendo há dois trimestres. Inicialmente, são feitas as pesquisas e o planejamento e, por último, o empenho dos participantes culmina na exposição. Para Lucas Bezerra, do 8º ano, mostrar aos colegas os resultados é motivo de orgulho.
“Depois de tanto esforço e ver que somos capazes, cria-se um sentimento de gratidão. Nos dedicamos em cada detalhe: da primeira sessão de estudo a todas as partes do cenário. Tudo fez com que tivéssemos de cooperar entre nós para trazer aos espectadores um breve resumo do que é a marca escolhida”, expressou ele.
Concordando com o amigo, Marcos Borges reitera que o desafio demandou que ele aprimorasse saberes que, mesmo sendo convincentes, ainda precisam ser incentivados.
“A minha percepção é que estou me preparando para a profissão que atenderei quando for adulto. Sempre falei bem, mas, com esse tipo de trabalho, estou treinando para aperfeiçoar uma prática que será comum no dia a dia do trabalho”, destacou.
Além do esforço dos mackenzistas, os familiares também participam da produção. Maria José, mãe da Ana Luísa do 8ºD, mencionou que também teve de se envolver na atividade. Mesmo em viagem, ela tirou um tempinho para conseguir o material necessário para a apresentação da filha.
“Não são apenas os alunos, mas os pais também entram na tarefa. A gente acaba fazendo junto com eles. A escola não se resume apenas aos estudantes, mas também à família. Fico muito feliz ao ver o colégio promovendo esse tipo de projeto porque preparam nossos filhos para a vida profissional”, expôs ela.
Carreira acadêmica no Mackenzie
Além do 8º ano, as séries anteriores também participam da apresentação final para que os mais novos vejam, desde já, como acontece o projeto que terão de lidar futuramente. O que desperta a curiosidade sobre a proposta e exercita a criatividade sobre como poderão atuar quando chegar a vez deles, fidelizando os adolescentes na instituição.
“Vislumbrando o planejamento dos anos finais do Ensino Fundamental II, os alunos ficam sabendo que uma atividade enriquecedora e dinâmica os aguarda. As complexidades do Global Corporations perpassam uma gama de aptidões que tendem a destacar os talentos particulares de cada um. Desenvolvendo um olhar de longo alcance no presente para a continuação futura do aprendizado”, afirmou a coordenadora Rosimeiry de Castro.
Interdisciplinaridade
No Global Corporations, os jovens precisam escolher uma multinacional, pesquisar sobre a sua história e apresentar os valores e visão de mundo em gráficos e conceitos. Na atividade, são cobrados conhecimentos de diversas disciplinas, integrando em uma só apresentação os saberes aprendidos em diferentes aulas ao longo do semestre.
Guilherme Moura, responsável pelas turmas de Inglês, elucida que o projeto faz parte da metodologia STEAM (Science, Technology, Engineering, Art e Math. Em português: Ciência, Tecnologia, Engenharia, Arte e Matemática). Especificamente, para as matérias de língua estrangeira é cobrado, além da pronúncia, o domínio do conteúdo para divulgar a empresa segundo os principais conceitos de marketing com o intuito de conquistar o cliente.
“É uma oportunidade de colocarem em prática, simultaneamente, todos os conhecimentos estudados em sala de aula e perceber como essas coisas estão entrelaçadas. Podem experimentar os benefícios do trabalho em equipe, que são habilidades tão requeridas no mercado de trabalho”, disse. “É gratificante ver como os alunos estão se saindo bem nesses aspectos”, complementou ele.
Cada fase do resultado final faz parte de um requisito interdisciplinar a ser avaliado. Para Música e Português, etapas analisadas em conjunto, os jovens precisam contemplar fundamentos relacionados às maneiras de se expressar, o domínio da linguagem adequada na apresentação e também utilizar a criatividade para elaborar um slogan e um jingle para a marca.
“Além de musicalizar a frase de efeito, foi necessário que eles escolhessem um cargo-chefe da empresa para apresentar um anúncio rítmico. Pôde ser escolhido entre criar um jingle novo ou fazer um remake de um que já tenha sido utilizado comercialmente. São etapas que envolveram também outras áreas artísticas e, pessoalmente, posso dizer que eles se saíram bem inovando e brilhando no resultado final”, concluiu Ivan Soares, responsável pelas aulas de Música.