07.03.2022 - EM Sustentabilidade
A sustentabilidade é uma necessidade urgente em todos os âmbitos da vida atual, dado o andamento da crise climática global. Uma das formas mais objetivas e eficazes de promover uma mudança na forma de descartar materiais é a reciclagem, que busca dar novos usos aos materiais já utilizados.
Com essa ideia em mente, o Instituto Presbiteriano Mackenzie (IPM) promoverá, ao longo deste ano, o Projeto Mackenzie Ambientalmente Responsável, que recolherá para reciclagem os canetões de lousa utilizados pelos professores da instituição. “Precisamos reciclar, pois evitamos descartar resíduos em aterros e podemos reaproveitá-los de uma outra forma/produto”, explica a coordenadora de Sustentabilidade da Gerência de Responsabilidade Social e Filantropia (GERSF) do IPM, Márcia Mainardes.
A ideia é que cada professor mackenzista contribua com a ação, entregando os canetões que não funcionem mais, que serão encaminhados para o Laboratório do curso de Engenharia de Materiais, da Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM), que fará todo o processamento dos descartáveis. A Universidade dispõe de todos os equipamentos necessários para realizar o processo de reciclagem, desde a transformação do resíduo em matéria-prima até a fabricação dos novos produtos.
O plástico do canetão é um material nobre, que já possui os pigmentos e aditivos para produção de artefatos. Com esse material, separa-se por cor e remove-se o resíduo das cargas. A partir daí, o processo é simples e envolve a trituração dos canetões para posterior moldagem por injeção de novos artefatos.
“Quando reciclamos, evitamos que resíduos que possuem ainda valor comercial se acumulem em aterros, lixões, rios e oceanos. Mais do que isso, poupamos recursos que são utilizados na produção da matéria-prima como, por exemplo, petróleo e energia. É importante que a reciclagem seja vista como um processo comum aos materiais em final de ciclo de vida e não como uma ação isolada”, explica o professor de Engenharia de Materiais da UPM, Renato Menegheti Peres.
Com a reciclagem do plástico e com a infraestrutura dos laboratórios, serão produzidos chaveiros, réguas e pranchetas. No total, a expectativa do Programa é que 200 kg de polímero por ano, passem a ter um melhor aproveitamento. Além do processo realizado na própria UPM, a Escola de Engenharia (EE) mantém parceria com a Associação Brasileira da Indústria do Plástico (ABIPLAST), que contribuirá na coleta de outros materiais recicláveis, distribuindo locais adequados para o descarte.
“A reciclagem é algo importantíssimo. Cada vez mais temos a população aumentando, usando mais recursos e isso gera mais resíduos. Se não tivermos essa preocupação de reaproveitar, não teremos espaços para descartar esses resíduos e muito menos teremos matéria-prima para consumir no futuro. A reciclagem é algo fundamental”, explica o professor da Engenharia de Materiais, Juliano Martins Barbosa.
Participar da ação se torna uma forma de fazer diferença na sociedade. “Todos fazemos parte da mesma comunidade e precisamos entender o impacto que a falta de processos de reciclagem pode causar ao meio ambiente. Mais do que isso, entender como podemos participar ativamente e desenvolver uma rede que, além da questão ambiental, gera emprego e renda para muitas pessoas”, conclui o professor Peres.
Além do recolhimento dos canetões, em um segundo momento do projeto, os alunos também poderão participar com o recolhimento de tampinhas de refrigerante, que serão transformadas em novas tampinhas, utensílios domésticos, brinquedos, embalagens, entre diversas outras aplicações.
Vantagem para os alunos
Os futuros engenheiros da UPM podem aproveitar o projeto para aplicar os conhecimentos aprendidos em sala de aula, pois também participam do processo de reciclagem dos materiais. “Os estudantes de Engenharia de Materiais compreendem sua responsabilidade nas ações sobre os materiais que desenvolvemos e aplicamos no final de seu ciclo de vida e como, a partir da reciclagem, podemos reintroduzi-los aos ciclos produtivos, minimizando o uso de matérias-primas novas produzidas a partir de recursos não renováveis”, finaliza o professor Peres.