A discussão sobre a falta de preparo para exercer uma profissão após a graduação universitária é de grande relevância. Em 24 de maio deste ano, Alexandre Nicolini, especialista em Design Curricular e Avaliação da Aprendizagem, escreveu uma matéria para o canal de notícias Valor Econômico que tratou sobre essa dificuldade e sua experiência com ela quando reitor.
Em nossa sociedade é esperado que o aluno de ensino superior, após finalizar sua trajetória de aprendizado, tenha o conhecimento concreto de como exercer sua profissão, ele precisa olhar para os desafios em seu ofício e ter a capacidade de encontrar soluções para ultrapassá-los. Por esse motivo, o Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade) é crucial na hora de avaliar se os alunos de diferentes instituições estão se tornando capazes de dar as respostas que o mercado de trabalho precisa.
A partir de dados de aprendizagem apresentados pelo Enade, o autor afirma que o ensino superior se encontra em um momento desafiador. O desempenho nos exames mostra que a maioria dos graduados enfrenta dificuldades significativas tanto em conhecimento técnico, quanto em aplicação prática. Nicolini compara esses testes ao rigor do exame da Ordem dos Advogados do Brasil, ele diz que nesse caso, a maioria dos formandos não estaria apta para exercer suas funções. Esse cenário é especialmente preocupante na área da educação, onde o Enade revelou um baixo desempenho, principalmente em cursos à distância.
Por outro lado, apenas 23.076 formandos obtiveram alto desempenho, embora tenham acertado pouco mais de 50% da prova. É importante destacar que baixos desempenhos são comuns nos cursos de Pedagogia e formação de professores, tanto nas modalidades presencial quanto EaD, em instituições públicas e privadas. O Ministério da Educação decidiu enfrentar esse problema reformulando as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação Inicial de Professores e aprimorar a política pública de avaliação da formação. Ainda foi decidido que o Enade, na área das licenciaturas, passará a ser realizado anualmente, pois a necessidade de professores capacitados já é presente nas instituições.
O autor conclui seu artigo ressaltando a necessidade da formação de bons profissionais. Ele aponta que novos talentos precisam de professores eficazes, professores esses que não existirão sem uma formação consistente. Nicolini ainda sugere o investimento em pesquisas sobre como propor e testar metodologias de ensino-aprendizagem, além de encontrar maneiras para melhorar a avaliação do estágio de docência.
Para ler a matéria na íntegra, acesse: https://valor.globo.com/opiniao/noticia/2024/04/24/formacao-universitaria-esta-distante-do-que-o-pais-precisa.ghtml