02.10.2019 Mundo
No dia 30 de setembro, o Centro de Educação, Filosofia e Teologia (CEFT) da Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM), em parceria com a Editora Nova, recebeu o professor, pesquisador e escritor Craig Blomberg, no Auditório Ruy Barbosa, do campus Higienópolis, para palestrar sobre “A Confiabilidade Histórica dos Evangelhos”.
O tema da palestra também é o nome do primeiro livro escrito por Blomberg, que foi atualizado recentemente e publicado pela Editora Nova. Segundo o pesquisador, por volta da década de 1980, havia um time de acadêmicos internacionais em Cambridge, Inglaterra, que produziram seis ensaios técnicos sobre diferentes tópicos dentro do tema da confiabilidade histórica dos evangelhos.
“As pessoas que orientaram o projeto queriam que alguém, ao final do trabalho, escrevesse um material compilado com aquele conteúdo, porém de uma forma menos técnica e que tentasse organizar tudo de maneira mais lógica, verificando quais áreas não estavam cobertas e preenchendo as lacunas”, conta o escritor.
Na época, Blomberg tinha 30 anos e com todas as bibliotecas e recursos à disposição, passou quase um ano inteiro dedicado à pesquisa e à escrita do livro. “Eu não tinha ideia alguma se aquilo teria um grande ou pequeno impacto”, comenta ele. A primeira edição da obra saiu em 1987; a segunda veio 20 anos depois, em 2007. “Às vezes encontro alunos, estudantes e professores em seminários que dizem que o livro os ajuda, seja para aproximarem-se da fé ou quando surgem dúvidas ou perguntas de algum tipo”, pontua.
O professor de Filosofia no CEFT, Jonas Madureira, falou sobre a importância de trazer um assunto como este para os universitários. “Craig tem para oferecer um material de pesquisa de altíssimo nível, não só para os alunos de Teologia, mas para a Universidade em geral”, pontua.
Para o coordenador do curso de Teologia do CEFT, Christian Medeiros, a vinda de Craig à UPM é de extrema relevância para os estudantes, porque “fundamenta de um modo mais acadêmico e contundente, por meio de fatos e argumentos, todo o documento o qual nós usamos como ponto de partida e chave para nosso curso e nossos estudos, que são as escrituras sagradas”.
Segundo o diretor do CEFT, Mário Sergio Batista, eventos como este contribuem para a formação dos alunos, afinal, "carregam a marca distintiva da nossa Universidade no que tange à formação integral dos alunos, pois a nossa preocupação é oferecer a todos conteúdos de qualidade e promover a reflexão sobre assuntos atuais", completa.
Confiabilidade nas escrituras
Como o próprio título da obra já diz, o estudo girou em torno da confiabilidade das escrituras. Segundo o autor, há pontos da Bíblia que não podem ser comprovados, mas aqueles que podem ser pesquisados têm apoio de outras ciências. “Como a arqueologia, que ajuda a mostrar que muitas pessoas na Bíblia eram pessoas reais. Os lugares eram reais. Os eventos na história do mundo, quando estamos falando do novo testamento, que diz respeito aos reis, generais, pessoas importantes da nação, alimenta o que sabemos em outras fontes também”, explica ele.
Blomberg reconhece a dificuldade de pesquisar e escrever sobre um tema que envolve questões de crenças. “Há tópicos desafiadores, há questões que qualquer pessoa que leia a Bíblia com um pouco mais de cuidado consegue ver, há perguntas que as pessoas fazem dentro da história da Igreja como um todo, coisas sobre o mundo moderno, conectado pela internet”, comenta ele.
Questionado de como os acadêmicos lidam com a linha tênue entre o estudo de um documento considerado histórico e a fé das pessoas, Medeiros explica que mesmo que exista uma subdivisão entre um aspecto subjetivo e concreto, o aspecto concreto, que são as escrituras, “são exatamente o objetivo de análise e estudo dentro de um viés acadêmico”, pontua ele. Já a parte subjetiva seria uma consequência, “é algo entre a ação do Espírito Santo e a própria pessoa, que nós reconhecemos como algo realizado a partir da inspiração e inerrância das escrituras, que é o nosso objeto de fato, analisado e estudado com objetividade e concretude”, finaliza ele.
Segundo ele, um cético pode escrever um livro do outro lado do mundo e virar um best seller e as pessoas repetem isso sem se perguntarem ou verificarem essas informações, talvez nem saibam como checar ou contestar isso, “porque não sabem que existem outros pontos de vista. E isso talvez leve as pessoas a duvidarem do que acreditam por não saber refutar. Por isso é muito urgente, cada vez mais, que tenhamos materiais na maior quantidade de línguas possível que demonstrem o outro lado da questão. Essa é a importância deste livro e destas palestras”, finaliza ele.
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