Dia do cinema brasileiro: confira 4 títulos nacionais premiados

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Prepare a pipoca e prestigie belíssimas produções brasileiras

19.06.2024 Cultura


Anualmente, no dia 19 de junho, comemora-se o Dia do Cinema Brasileiro. A data foi escolhida em homenagem à primeira filmagem realizada no Brasil, feita por Afonso Segreto em 19 de junho de 1898 - Segreto registrou a chegada de um navio francês à Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro, marcando o início da cinematografia brasileira.

O Dia do Cinema Brasileiro é uma oportunidade para celebrar a rica história do cinema no país e reconhecer a contribuição dos cineastas nacionais ao longo dos anos. Desde os primeiros filmes mudos até as produções contemporâneas, o cinema brasileiro tem se destacado pela variedade de gêneros e estilos, refletindo a complexidade cultural e social do Brasil. Neste artigo, confira alguns dos títulos mais marcantes da história brasileira.

Vidas Secas (1963)

Baseado no romance de Graciliano Ramos, o filme é um dos marcos do Cinema Novo, movimento que buscou retratar a realidade social e econômica do Brasil com uma abordagem mais crítica e inovadora. O enredo segue a trajetória de uma família de retirantes nordestinos: Fabiano, sua esposa Sinhá Vitória, seus dois filhos e a cadela Baleia. A família luta para sobreviver em meio à seca e à pobreza extrema do sertão nordestino. A narrativa é marcada pela busca constante por melhores condições de vida, enfrentando a fome, a sede e a opressão dos poderosos.

A obra é conhecida por seu estilo neo realista, utilizando atores não profissionais e locações naturais para conferir autenticidade à história. O filme foi aclamado pela crítica internacional e contribuiu para a consolidação do Cinema Novo como um movimento relevante na cinematografia mundial, e chegou a receber indicação à Palma de Ouro, o principal prêmio do Festival de Cannes, consolidando sua importância no cenário internacional.

Central do Brasil (1998)

Dirigido por Walter Salles e lançado em 1998, Central do Brasil é um drama que acompanha o vínculo formado entre Dora, uma professora aposentada, e Josué, um garoto em busca de seu pai. Após a morte súbita da mãe de Josué, Dora concorda relutantemente em ajudá-lo a encontrar seu pai, embarcando em uma jornada emocionante de autodescoberta e cura emocional.

O filme ganhou o Urso de Ouro de Melhor Filme e o Urso de Prata de Melhor Atriz para Fernanda Montenegro no Festival de Berlim. Além disso, foi indicado ao Oscar em duas categorias: Melhor Atriz para Fernanda Montenegro, a primeira indicação de uma atriz brasileira, e Melhor Filme Estrangeiro. A obra é considerada um clássico e um dos filmes brasileiros mais importantes já feitos, uma vez que representou um grande marco no período de reflorescimento da produção cinematográfica brasileira, conhecido como "cinema a retomada", e restituiu confiança ao cinema nacional.

O Palhaço (2011)

A narrativa  de O Palhaço centra-se em Benjamim (Selton Mello), que trabalha como o palhaço Pangaré no Circo Esperança, junto com seu pai Valdemar, o palhaço Puro Sangue. Apesar de sua habilidade em fazer os outros rirem, Benjamim enfrenta uma crise de identidade e sente que perdeu seu propósito na vida. Em busca de autoconhecimento e sentido, ele decide deixar o circo e tentar uma vida comum, acreditando que encontrará a verdadeira felicidade fora do picadeiro. O filme mistura humor e melancolia, explorando temas profundos como a busca por identidade e propósito.

No Grande Prêmio do Cinema Brasileiro de 2012, o filme venceu em 12 categorias, incluindo Melhor Filme, Melhor Diretor para Selton Mello, Melhor Ator Coadjuvante para Paulo José e Melhor Roteiro Original. Aclamado por sua sensibilidade, direção artística e atuações, o filme reforçou a reputação de Selton Mello como um dos principais talentos do cinema brasileiro contemporâneo. 

Que Horas Ela Volta? (2015)

A trama da obra dirigida por Anna Muylaert aborda questões sociais por meio da história de Val, uma empregada doméstica que trabalha para uma família de classe alta, em São Paulo. O equilíbrio da casa começa a mudar quando Jéssica, a filha de Val, chega de Pernambuco para prestar vestibular em São Paulo. Jéssica, diferente da mãe, não aceita passivamente as restrições impostas pela relação empregada-empregador.

O filme foi amplamente elogiado por sua abordagem sensível e crítica das dinâmicas de poder e das relações sociais entre empregadores e empregados no Brasil - recebeu dois diversas indicações e prêmios, como no Festival de Sundance de 2015, o Prêmio Especial do Júri para Roteiro e o Prêmio do Público na categoria World Cinema Dramatic.