Ética deve se antecipar ao desenvolvimento e tecnologia

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Autoridades à mesa de frente à plateia
VII Encontro de Bioética no Mackenzie debate questões fundamentais à sociedade

08.05.2019 Ética e Cidadania


O VII Encontro de Bioética e II Simpósio Internacional de Bioética da Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM) tiveram sua mesa de abertura realizada na noite de 06 de maio com a presença de pesquisadores brasileiros e internacionais. Iniciativa do Grupo de Pesquisa em Ética e Bioética (GPEB), vinculado ao curso de Filosofia e ao Programa de Pós-Graduação em Educação, Arte e História da Cultura, do Centro de Educação, Filosofia e Teologia (CEFT) da UPM, o evento promove um amplo debate sobre vários aspectos que cabem à reflexão da Bioética.

Para o professor Roger Campato, coordenador do curso de Filosofia, é relevante destacar o caráter multidisciplinar da Bioética, que busca estabelecer pontes entre as ciências Naturais e Humanas. “Ao longo do tempo, nosso grupo de pesquisa tem desenvolvido investigações no sentido de fundamentar filosoficamente a Bioética. O maior desafio na área hoje consiste em se recuperar o caráter humano da ciência, dessas reflexões. Atualmente, algumas tecnologias estão ultrapassando limites e é preciso resgatar isso, há a necessidade de avaliarmos as consequências normativas dessas inovações. A ética não pode andar a reboque do desenvolvimento e da tecnologia, ela deve se antecipar a fim de evitar possíveis tragédias”, afirma ele.

Ocorrendo até 09 de maio, o Encontro que tem apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) divulga a produção científica de pesquisadores (docentes e discentes) e estabelece o diálogo entre pares, privilegiando a reflexão sobre temas persistentes e emergentes. Presente na abertura, Lukas Chandler, do Kennedy Institute of Ethics da Georgetown University, tratou do trabalho do instituto canadense, sua história e como atuam, fornecendo exemplos concretos de como a ética pode ser realmente engajadora e aplicada, e não apenas teórica. “Nossa instituição é responsável por influenciar na criação do campo da Bioética”, diz ele.

Chandler, na segunda parte de sua palestra, discutiu sobre ética em telessaúde, abordando algumas questões morais que circundam esse tema, separando as dificuldades técnicas dos desafios éticos do tema. “Este debate da ética é importante em nosso mundo em transformação constante, especialmente pelo modo como as tecnologias e comunicações estão evoluindo e se transformando, modificando como experimentamos a vida”, destaca.

Com programação rica, os debates e apresentações têm temas como: Impacto das Fake News na Ciência: Divulgação científica, desinformação e indicadores de credibilidade jornalística; Fundamentos Filosóficos da Neurobioética; Competência do Juízo Moral: desafios à educação de Jovens Universitários; Competência do Juízo Moral: desafios à educação de crianças e adolescentes; Conceito de Dignidade – seus usos na reflexão bioética; da edição de genes à confecção do Homem: os riscos de uma nova eugenia na era da Biotecnologia, entre outros.

Ainda participaram da mesa de abertura as seguintes autoridades: Marili Moreira da Silva Vieira, pró-reitora de Graduação e Assuntos Acadêmicos; Paulo Fraga da Silva, professor do CEFT; Ítalo Francisco Curcio, coordenador do curso de Licenciatura do CEFT; Reinaldo Ayer de Oliveira, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Bioética (SBB); Edson Umeda, presidente da Sociedade de Bioética de São Paulo; Flávio Dantas, do Conselho Regional de Medicina de São Paulo; e o reverendo Gildásio Jesus Barbosa dos Reis, capelão universitário.