O Centro de Comunicação e Letras (CCL) da Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM) realizou, nesta quarta-feira, 07 de abril, um ciclo de palestras em comemoração ao Dia do Jornalista, celebrado nesta data. O encontro contou com a participação de profissionais mackenzistas que, na primeira mesa de debate, discutiram os desafios e a importância do trabalho da imprensa durante a cobertura da pandemia de covid-19.
“Jornalismo hoje é um serviço essencial. Estamos no meio de uma pandemia e, sem o jornalismo, não teríamos acesso nem mesmo ao número de mortos pela doença. É muito desafiador e traz muita recompensa ser jornalista num momento como o que vivemos hoje”, diz o coordenador do curso de Jornalismo da UPM, professor André Santoro.
Para o diretor do CCL, professor Marcos Nepomuceno, o evento desta quarta-feira reforça a importância da profissão no contexto atual. “O nosso compromisso é com a informação que tem relevo social, que cumpre um papel na sociedade. Comemorar o Dia do Jornalista sob esses desafios que a sociedade vem enfrentando redobra o nosso compromisso”, declara.
Na primeira mesa do dia, os convidados trocaram ideias e experiências que tiveram durante a cobertura da pandemia. Foi amplamente discutida a importância do jornalista como um profissional na linha de frente do combate ao coronavírus, já que a imprensa tem o papel de trazer à luz informações relevantes e coerentes, sem dar margem para divulgação de fake news. O Jornalismo seria, portanto, um importante aliado no combate ao negacionismo, um dos motivos que nos fazem alcançar o número de 337 mil brasileiros mortos pela doença.
Um dos convidados, o jornalista da GloboNews, Gabriel Vendramini, contou um pouco da sua experiência e apontou a principal missão da imprensa na pandemia: conscientizar e acrescentar humanidade no tratamento com os números de casos e mortes para não deixar que esses casos sejam apenas estatísticas frias.
“Nosso principal desafio, todos os dias, tem sido trazer para as pessoas a nossa realidade e não deixar que se torne a normalidade esses números de mortes tão altos. Nosso trabalho tem sido focado em reforçar para que as pessoas entendam a gravidade da situação, para que não vejam somente números. Existem pessoas sofrendo e precisa haver essa conscientização”, adiciona Vendramini.
Já a repórter da CNN Brasil, Soraya Lauand, afirma que, apesar da faculdade ensinar um certo distanciamento dos futuros profissionais em relação às notícias, a pandemia trouxe o ensinamento de que é necessário uma postura diferente, mais humana e próxima. “Compartilhamos de uma dor que também é nossa, mas estamos ali firmes para passar informação com credibilidade e com respeito”, pontua.
Outro desafio está na quantidade de dados e informações que chegam a todo instante às redações. Nessa situação, o jornalista precisa redobrar a atenção para que se divulgue apenas fatos e situações verídicas. “O desafio maior é fazer o filtro das informações e trazer, de forma clara, tantos dados e mostrar que a situação ainda é preocupante. É um trabalho de sempre conscientizar e informar à população”, explica a repórter da BandNews, Tatiana de Oliveira.
A realização deste encontro, ao permitir aos jornalistas a troca de ideias e de experiências, contribui para o enriquecimento da atuação da imprensa. “Um evento como esse só ajuda a melhorar nosso trabalho. Essa troca de ideias é super importante”, assinala o jornalista da Recordnews, Gustavo Toledo.
Ao longo dia, serão realizadas outras mesas de debates, sempre com a participação de profissionais egressos da UPM e professores que fazem a moderação das discussões. O ciclo de palestras ainda debaterá temas como novos mercados de trabalho para jornalistas, mulheres jornalistas e o direito ao mercado de trabalho e cobertura política no Brasil e no mundo.
O vídeo completo da primeira mesa está disponivel no Youtube: