19.09.2019 - EM Responsabilidade Social
O Transtorno de Ansiedade é um problema que afeta 9,3% dos brasileiros, de acordo com estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS). O dado coloca o país no topo do índice de países mais ansiosos do mundo. O quadro clínico afeta pessoas de todos os níveis sociais e também alcança diversas faixas etárias, inclusive crianças.
De acordo com as observações da orientadora Educacional do Colégio Presbiteriano Mackenzie (CPM) Higienópolis, Carolina Marcouizos Guimarães, o número de crianças que apresentam quadro clínico de ansiedade aumentou nos últimos três anos. “Trabalho há 20 anos com Educação e observo essa crescente. Acredito que tenha a ver com a correria e estresse da vida moderna, mas não tenho como precisar exatamente”, relatou.
Padrões rígidos de comportamento - crianças que se cobram muito -, exigência excessiva dos pais, situações novas vivenciadas sem o apoio necessário, foram indicadas por Guimarães como algumas das razões que podem provocar crises de ansiedade nas crianças.
Diferenças
Apesar de não ser muito comentada, a ansiedade é comum entre as crianças. Mas ela se manifesta de formas diferentes nos pequenos. Quando a criança deixa de brincar ou apresenta dificuldades em controlar a bexiga, ou deixa de comer – em casos mais extremos – é hora dos pais procurarem ajuda psicológica.
Entre os adultos, uma crise de ansiedade pode manifestar os sintoma de taquicardia, falta de ar, tremores, sudorese, medo excessivo, além de dificuldades de concentração, perda do sono e preocupação excessiva.
Quando se fala em transtorno de ansiedade, deve-se entender que é bastante diferente de uma ansiedade considerada normal. Um exemplo seria quando a criança entra em algum lugar novo para ela e não consegue encontrar os pais. “Ela (criança) nunca passou por situação semelhante, não tem muitos recursos para entender o que sente porque é tudo novo para ela. Quando ela se acostuma, isso passa”, explicou a orientadora. “Já a ansiedade diagnosticada é um transtorno que precisa de acompanhamento psicológico e, em alguns casos, psiquiátrico”, concluiu.
Apoio e tratamento
Para evitar que os pequenos sofram com as crises de ansiedade, os pais devem ficar atentos e manter um bom diálogo com os filhos, em que eles possam expressar as emoções e sensações. “Incentivar que eles se expressem oralmente e por meio de desenhos o que estão sentindo, pois o jogo simbólico auxilia a criança a expor o que está pensando e sentindo”, explicou Carolina.
Brincar com a criança também é uma forma dos pais descobrirem se o pequeno sofre com ansiedade. Caso o diagnóstico de transtorno de ansiedade seja concreto, a terapia psicológica não deve ser interrompida.
A escola também tem um papel fundamental neste processo. “Observar atitudes e comportamentos da criança frente às diversas situações do cotidiano escolar, orientá-la em situações estressantes ou de conflitos e auxiliar na reflexão sobre o que sentiu quando aconteceu determinado evento e como poderia resolver isso numa próxima oportunidade”, exemplificou a professora.