Como parte das comemorações do aniversário de 150 anos do Instituto Presbiteriano Mackenzie (IPM), aconteceu na tarde da última sexta-feira, dia 15 de outubro, o Prêmio 150 Anos, criado com o objetivo de prestar reconhecimento a mulheres, homens e instituições que, assim como os fundadores do Mackenzie, têm contribuído para a desenvolvimento do país, deixando sua marca na história do Brasil e do mundo. Realizado no Auditório Ruy Barbosa, do Mackenzie, o evento foi prestigiado pela comunidade mackenzista, autoridades civis e militares, representantes dos três Poderes em âmbito nacional e de setores empresariais.

Todos aqueles que receberem o troféu e a medalha de 150 anos do Mackenzie foram escolhidos em votação pelos integrantes do Conselho Diretivo do IPM, por seu caráter e representatividade social, cuja história pessoal e profissional está permeada pela busca do bem comum e dos avanços sociais. São pessoas com “espírito mackenzista”, embora nem todos tenham estudado na Instituição.

A mesa de honra foi composta pelo reverendo Roberto Brasileiro Silva, presidente do Supremo Concílio da Igreja Presbiteriana do Brasil (IPB); rev. Juarez Marcondes Filho, presidente do Conselho de Curadores do IPM; rev. Cid Pereira Caldas, presidente do Conselho Deliberativo do IPM; rev. Robinson Grangeiro Monteiro, chanceler do Mackenzie; Milton Flávio de Moura, diretor-presidente do IPM; Marco Tullio de Castro Vasconcelos, reitor da Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM); Milton Ribeiro, Ministro da Educação; e Marcelo Queiroga, Ministro da Saúde.

Em seu pronunciamento, o rev. Roberto Brasileiro agradeceu a Deus a oportunidade de celebrar os 150 anos do Mackenzie e de “honrar homens, mulheres e instituições que têm feito história em nosso Brasil. Homenageamos essas pessoas pelo que significam para nossa pátria e pela alegria de saber que muitos deles estão interligados ao Mackenzie”, declarou.

O rev. Cid Pereira Caldas destacou que as celebrações pelo sesquicentenário contam com diversos eventos, exposições, lançamento de livros e cultos de louvor. “O Conselho Deliberativo do Instituto dedicou especial atenção à gratidão que, nas palavras de William Shakespeare, é o único tesouro dos humildes. É preciso reconhecer que, se o Mackenzie tem hoje a grandeza que tem, se existe há 150 anos, e se tem contribuído para o bem e o crescimento do nosso país, isso se deve a dois fatores. O primeiro deles é a bênção de Deus. O segundo é que Deus tem utilizado mulheres e homens que passaram por essa instituição e deram suas contribuições de forma inestimável para educação e para o progresso do Brasil. Este é o significado do que iremos viver agora nesta solenidade: reconhecimento e gratidão”, completou. 

Homenageados

O primeiro homenageado da cerimônia foi Almiro Joaquim de Oliveira, um dos mais antigos funcionários do Mackenzie, com uma carreira de 62 anos de serviços prestados à Instituição, em especial à Faculdade de Direito (FDir) da UPM. A láurea foi recebida pelo diretor da FDir, Gianpaolo Poggio Smanio. “É uma enorme honra receber o troféu em nome do Miro, que tem uma história muito bonita com a Faculdade de Direito, com os nossos alunos e professores. Ele é uma inspiração para todos nós”, declarou. 

O rev. Benjamim Benedito Bernardes foi escolhido por sua longa história de prestação de serviços à IPB, para a qual serve hoje na Missão Caiuá, em Dourados (MS). Ele agradeceu em nome dos povos indígenas que, segundo ele, “são muitas vezes esquecidos pela sociedade”.

O atleta patrocinado pelo Mackenzie Daniel Dias, maior medalhista paralímpico brasileiro – com 14 medalhas de ouro, sete de prata e seis de bronze – recebeu reconhecimento por sua trajetória, em que se destaca a fundação, em 2014, do Instituto Daniel Dias, na cidade de Bragança Paulista (SP), que oferece natação paralímpica para pessoas com deficiência. Dias mencionou em seu agradecimento a importância do Mackenzie por “levar a palavra do Senhor para muitas pessoas, fazendo a diferença no nosso Brasil e sendo luz nesse mundo tão carente”.

Formado em Direito pela UPM, o empresário Elie Horn, fundador da Construtora Cyrela, foi reconhecido pela criação do movimento Bem Maior, que apoia mais de 70 projetos sociais em todo o país. Ele foi representado por Rafael Novelino, que trabalha ao lado do homenageado há mais de 40 anos e relatou que o grande objetivo do homenageado é a filantropia.

Jurista de renome internacional, Ives Gandra Martins é professor emérito da UPM na FDir. “Todos têm a impressão de que a função do Poder Judiciário, dos advogados e membros do Ministério Público é trabalhar para fazer justiça. Mas eu aprendi nesta Instituição algo que é muito mais importante no Direito, que a verdadeira função do jurista é trabalhar para preservar o respeito. Esta sempre foi a marca desta Casa, o respeito profundo pelo nosso Criador e a colaboração intensa para o bem do país”, declarou em seu agradecimento.

Com amplo trabalho social, Lucimar Sacre de Campos, que ocupou a posição de primeira-dama de Mato Grosso e de prefeita, por dois mandatos, do município de Várzea Grande, foi escolhida por suas realizações na área social e da educação. Fundadora do Instituto Jaiminho, que trabalha na proteção de crianças e jovens, ela foi uma das alunas do Colégio Presbiteriano Mackenzie (CPM).

A professora emérita da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da UPM, Nadia Somekh, foi a primeira mulher a assumir a diretoria daquela Unidade acadêmica. Com trajetória reconhecida no Brasil e no mundo, é também a primeira mulher a ser eleita para presidir o Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil (CAU-BR). “Como arquiteta, sinto que estou em missão, que é a de melhorar o nosso país por meio da busca por soluções que ofereçam melhores condições de moradia às pessoas mais pobres”, declarou, destacando o papel social de sua profissão.

Reitor da UPM de 2003 a 2011, pesquisador de renome mundial e um dos farmacologistas mais citados no mundo, Manassés Claudino Fonteneles, agradeceu a homenagem e relembrou sua trajetória à frente da Universidade. “Quando chegamos aqui, vimos a oportunidade de fazer um upgrade que representasse aquilo que é realmente o Mackenzie”, disse, citando a criação de cursos de Doutorado e a multiplicação dos cursos de graduação, bem como a boa avalição institucional conquistada pela UPM no mundo.

Nacionalmente reconhecida por sua intensa produção no âmbito da gramática, a professora do Mackenzie Maria Helena de Moura Neves destacou o fato de ter sua formação exclusivamente na universidade pública, o que, segundo ela, a gabarita para reconhecer os méritos da UPM. “Tenho orgulho do Mackenzie, porque aqui eu encontrei uma organização bem gerida e o incentivo ao trabalho”, disse.

O Ministro da Educação Milton Ribeiro foi também homenageado por sua trajetória no ensino brasileiro. “Me senti muito honrado, dentro da minha história no Mackenzie, por poder receber esta tão ilustre homenagem. Aprendi aqui muito do que sei sobre gestão pública. Tenho me empenhado em cumprir, sobretudo, os princípios e valores absorvidos no Mackenzie: seriedade, probidade e competência”.

Presidente da Gol Linhas Aéreas desde julho de 2012, formado em Administração de Empresas pela UPM, o executivo Paulo Sergio Kakinoff foi representado por Renata Domingos Guinesi, que agradeceu a homenagem e parabenizou a Instituição pelos seus 150 anos. Também foi laureado o empresário Paulo Skaf, por sua trajetória à frente do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) e Serviço Social da Indústria (SESI), que integram a Federação das Indústrias do Estados de São Paulo (FIESP), a qual preside, e cuja láurea foi recebida por Ives Gandra Martins.

A surpresa do evento ficou por conta da premiação “secreta” ao rev. Roberto Brasileiro, que não sabia que seria um dos homenageados. Ele se destaca em sua trajetória, sobretudo, pela contribuição voluntária ao Conselho Deliberativo do IPM ao longo de 28 anos. “Este serviço se dá de uma forma muito tranquila, perspicaz e sábia. Nós do Conselho, achamos por bem fazer essa ‘conspiração’ e o escolhemos por unanimidade”, disse o rev. Cid Caldas ao revelar a homenagem ao vivo.

“Agradeço a todos os homenageados. Eu votei em cada um dos senhores com grande alegria. Vocês merecem. Mas eu não votaria em mim, não mereço. Sou um professor da roça, sempre pastoreei em regiões pobres do Brasil. E sempre disse que nós somos pastores de pessoas que lutam para mudar suas realidades”, disse o rev. Roberto Brasileiro em agradecimento emocionado.

Instituições

O Prêmio Mackenzie 150 Anos também prestou reconhecimento às Instituições que contribuem para o desenvolvimento do país. Com histórias centenárias no campo da Saúde, duas delas se destacaram no último ano por seu trabalho no combate à pandemia: o Instituto Butantan e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), esta última representada por Rodrigo Correia no evento. “Fico muito emocionado ao receber este prêmio em nome da Fiocruz, uma instituição pública que é do povo brasileiro e que trabalha muito, ao lado do SUS, para que possamos melhorar cada vez mais a saúde e a vida dos brasileiros”, declarou ele.

Foi também homenageada a Sociedade Bíblica do Brasil (SBB), na pessoa de seu presidente, rev. Esequias Soares. A entidade sem fins lucrativos dedica-se a disseminar a Bíblia e buscar o desenvolvimento integral do ser humano, por meio de programas bíblicos de impacto social em todo território nacional. “Quero externar os meus agradecimentos ao Mackenzie. Tenho orgulho de ter estudado aqui, onde fiz o meu Mestrado, e onde conheci novos amigos e aprendi muito”, disse. 

O evento foi encerrado com pronunciamento do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga. “Quero cumprimentar a todos os senhores que fazem esta grande Instituição, que por 150 anos tem difundido conhecimento e ajudado a construir esta grande nação que é o Brasil”.

Foi também prestada homenagem póstuma às pessoas que marcaram a história da Instituição, entre eles os missionários fundadores George e Mary Ann Annesley Chamberlain, e todos os demais que, de algum modo, fazem parte do Mackenzie: Horace Lane, John Theron Mackenzie; William Waddel, Benjamin Hunnicutt, Henrique Pegado, Pierre Kaufmann, Paulo Mendes da Rocha, Luiz Poças Leitão Junior e Anita Malfatti.

Troféu e Medalha 150 Anos

As láureas especialmente confeccionadas para celebrar os 150 anos do Mackenzie foram elaboradas por professores da FAU da UPM. O desafio foi criar um troféu capaz de materializar os valores da Instituição, suas vitórias e conexões com a sociedade, evidenciando também o pioneirismo mackenzista. Também deveria refletir para o mundo todo o conhecimento produzido e acumulado no espírito de compartilhamento que está no âmago da Instituição e, por fim, o sentido de tradição sólida de criar inovação e desenvolvimento.