18.07.2019 Economia
O Instituto Presbiteriano Mackenzie (IPM) sediou nesta quinta-feira, 18 de julho, a 7ª edição do Contrata SP Pessoa com Deficiência (PCD), promovido pela Prefeitura de São Paulo. O evento tem como objetivo colocar pessoas com diferentes deficiências em contato com empresas que possuem vagas em aberto para esse público específico.
A expectativa era que mais de 1.500 pessoas estivessem no evento. Cinquenta empresas de diversos segmentos estiveram presentes na feira de contratação que ofereceu mais de mil vagas. Para Cid Torquato, Secretário Municipal da Pessoa com Deficiência, o Contrata SP não só estreita a relação entre candidato e empresa, como também trabalha a favor da reflexão e mudança de cultura. “Entendemos que é preciso capacitar melhor a pessoa com deficiência, mas as empresas também necessitam saber lidar melhor com essa diversidade”, pontuou ele.
A recepção ao evento está relacionado com o programa Mackenzie Inclusão (PMI), que procura trabalhar atração, seleção e retenção das pessoas com deficiência dentro do IPM, cuidando das pessoas no longo prazo. “A gente está cuidando da sociedade. O Mackenzie tem algumas vagas, mas não supre o tamanho do desemprego”, afirmou a responsável pelo programa, Cristiane Lico Pieroni. Além disso, o PMI se empenha em melhorar as condições de trabalho e também em oferecer capacitação para os funcionários com deficiência.
De acordo com a Lei 8.123/91, as empresas com mais de 100 funcionários em todo o território nacional são obrigadas a manter entre 2% e 5% de vagas destinadas a pessoas com deficiência.
Apesar da legislação remontar a 1991, muitos estabelecimentos afirmam que não encontram profissionais com deficiência para preencher as vagas, enquanto muitas pessoas reclamam que as empresas não contratam PCDs. Por conta disso, o evento é importante, como explicou a secretária adjunta da Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência, Marinalva Cruz, “por conseguir reunir em um único espaço muitas empresas com diferentes oportunidades, trazendo todas as condições de acessibilidade para que o público com deficiência consiga participar e ter acesso a essas oportunidades”, afirmou.
O presidente do IPM, José Inácio Ramos, afirmou que sediar esta edição do Contrata SP Pessoa com Deficiência está também de acordo com a confessionalidade do Instituto. “O Mackenzie, desde a sua fundação, sempre olha para a sociedade, no meio onde está inserido, e busca condições melhores de desenvolvimento a todos”, disse.
Já o diretor de Desenvolvimento e Infraestrutura do IPM, José Francisco Hintze, pontuou que receber o evento ajuda no crescimento da instituição. “Nós sabemos que temos muitas dificuldades, tanto para os gestores, quanto para as pessoas, mas é uma oportunidade de ajudar e também faz parte da nossa missão”, declarou.
Combate ao preconceito
A contratação de pessoas com deficiência ainda é repleta de discriminação. De acordo com Cristiane, esse preconceito é pautado no desconhecimento e na falta de convivência com este tipo de situação. “Eles têm limitações como qualquer outra pessoa, não são super-heróis e têm de se adaptar ao meio em que estão inseridos. Há coisas que independem da deficiência. Se a pessoa é pontual, por exemplo, ela é pontual, não é uma questão de deficiência, é questão de perfil”, enfatizou.
A responsável pelo PMI ainda lembrou que este público não recebeu as mesmas oportunidades que pessoas comuns. “Durante muito tempo, essas pessoas ficaram à margem da sociedade. Quando muita gente já havia começado a estudar, a pessoa com deficiência ainda não havia tido a oportunidade de ir para a escola, pois muitos deles precisaram fazer tratamentos longos na infância”, ressaltou.
Já para Marinalva, a barreira para contratação de pessoas com deficiência é algo cultural. “Muitas empresas e a sociedade só enxergam a deficiência e esquecem da competência. Esse tipo de evento serve para que as pessoas conheçam para além da deficiência e que olhem a competência”, completou.
Para Tony Geraldo Carneiro, superintendente de Gestão de Pessoas e Suprimentos do IPM, área responsável pelo Programa Mackenzie de Inclusão, essa mudança de cultura é fundamental. “O PMI está estruturado pensando nesse desafio, ou seja, não trabalhamos apenas a atração e seleção do candidato com deficiência, mas também sua retenção, e adequação ao ambiente. Fazemos isso com acompanhamento periódico e treinamento dos gestores”, destacou ele.
Sobre a feira, Carneiro destacou sua relevância para a aproximação entre os profissionais e o mercado. "O Mackenzie participou como expositor da última edição do evento e realizamos várias contratações, posso ressaltar com orgulho que elas permanecem conosco e em desenvolvimento", assinalou.
Mackenzie elogiado
O auditor fiscal do trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego, José Carlos do Carmo, elogiou o IPM pela recepção do evento, pelas iniciativas e estrutura de acessibilidade. “É fundamental para que as pessoas com deficiência possam usufruir de seus direitos de cidadania, de locomoção e de ir e vir”, disse.