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As normas de segurança para sistemas de energia solar

Regulações e especificações para proteção contra incêndio são apresentados em seminário 

05.12.202412h35 Comunicação - Marketing Mackenzie

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As normas de segurança para sistemas de energia solar

Ainda muito incipiente no Brasil, as normas e regulamentações que dão segurança para os sistemas de energia solar foram tema de discussão no Seminário de Segurança em Sistemas Fotovoltaicos, organizado pela Escola de Engenharia (EE) da Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM) e realizado nesta quarta-feira, 04 de dezembro, no auditório MackGraphe, no campus Higienópolis. 
 
No período da manhã, três palestrantes convidados apresentaram diferentes pontos sobre os sistemas fotovoltaicos e os processos regulatórios na prevenção de incêndios, descargas elétricas e outros problemas que podem ser ocasionados por esse tipo de processamento de energia.

O coordenador de comissões de estudos da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), Marcos Rogério, apresentou um panorama sobre as discussões relacionadas à regulamentação de procedimentos de segurança contra incêndios dos sistemas de energia solar de edificações comerciais, residenciais e industriais. Ele apresentou a proposta de Norma da ABNT para segurança contra incêndios, com as especificações que os sistemas deverão ter e que garantirão melhor manejo da energia e, caso aconteça, controle de acidentes.
 
“A primeira norma que devemos sempre ter em mente em qualquer instalação é a segurança, pois a vida não tem preço. Sempre sai muito mais caro perder uma vida do que investir em segurança. Instalações a gente refaz, a vida de alguém, não”, destacou Marcos, que também é engenheiro eletricista, ao apontar a importância de pensar nas especificações dos sistemas. 
 
Ele explica que os sistemas fotovoltaicos exigem regulamentações de segurança específica. “Você pode até desligar a chave, mas não pode desligar o sol, portanto, a energia continua sendo gerada. Não basta desligar o disjuntor para se ter segurança”, justificou. 
 
A proposta da ABNT contém especificações quanto ao espaçamento entre as células que captam a luz solar, à forma como os cabos devem ser dispostos, os locais que elas devem ser instaladas, à forma como os cabos devem ser isolados e os sistemas que podem ser acionados em caso de emergência, chamado sistema de desligamento rápido. “Deve existir um dispositivo que reduza a voltagem e torne seguro o manuseio. Já é usado nos EUA e estamos buscando implantar aqui no Brasil”, disse Marcos. 
 
Em seguida, foi a vez do diretor presidente da Associação Brasileira de Prevenção Passiva Contra Incêndio (ABPP), Rogério Lin, apresentar as principais causas de incêndio em uma edificação. Ele explica que, na atualidade, os tipos de incêndio são diferentes. “O perfil do incêndio de hoje mudou em relação à antigamente e isso coloca novos desafios para os profissionais que fazem os projetos das edificações. Hoje, estamos cercados de materiais poliméricos, que são altamente inflamáveis”, destacou. 
 
Por fim, o capitão do Corpo de Bombeiros, Denis Melchiori, apresentou os procedimentos para combate a incêndios, bem como algumas ações e métodos que podem contribuir para evitar essas ocorrências. Após realizarem as apresentações, os três participaram de uma mesa-redonda.
 
Abertura
 
No começo do Seminário, o coordenador do curso de Engenharia Elétrica da UPM, Bruno Lima, destacou a contribuição da discussão para a sociedade. “Quando surgem novas tecnologias, surgem novos problemas, que demandam novas soluções. E, para nós, engenheiros, isso é motivador. Os alunos serão parte do futuro. Eles estão nos projetos e estarão à frente de agências reguladoras e de centros de pesquisas”, apontou. 
 
A professora Silvia Velazquez apontou a importância do Mackenzie estar na linha de frente das discussões sobre as regulamentações. “Os nossos professores e os pesquisadores dos projetos estão envolvidos nessas comissões de estudo da ABNT para a elaboração da norma brasileira, porque todas essas exigências já são feitas em outros países e aqui a gente ainda não tem legislação específica para isso”, afirmou ela. 
 
No período da tarde, o Seminário seguiu com apresentações de pesquisas relacionadas ao tema.